segunda-feira, 22 de julho de 2013

Novelas de cavalaria.



A época do Trovadorismo foi caracterizada pela presença das novelas ou romances de cavalaria. As novelas surgiram na Inglaterra ou na França (não se sabe ao certo), através da transformação sofrida pelas canções de gesta (poesias), que foram prosificadas. As canções de gesta passaram a ser tão extensas que se tornou difícil de memorizá-las, passando assim a serem escritas em prosa, e deixando de ser cantadas para serem lidas.

Por definição, novelas de cavalaria são narrativas literárias em capítulos que contam os grandes feitos de um herói, mesclados a emocionantes histórias de amor. Nestas histórias de amor, ao contrário do que se relatava nas cantigas, o herói não se contenta somente em ver e contemplar a amada, mas exige ser correspondido e concretizar este amor. Aborda também o chamado “Amor Cortês”, que retrata histórias de amor proibidas, nas quais o casal não tem final feliz e é severamente punido pelo pecado cometido.
As novelas de cavalaria eram tipicamente medievais, histórias com temas guerreiros, e chegaram a Portugal no séc. XIII, circulando entre os fidalgos e a realeza. Eram traduzidas do francês, e portanto, naturalmente modificadas para adequá-las à realidade histórica e cultural de Portugal. A princípio, portanto, não havia novelas de cavalaria que fossem autenticamente portuguesas, todas tinham heranças do francês. Dentre as novelas mais marcantes estão: “A demanda do Santo Graal” e “Amadis de Gaula”.
A matéria destas novelas foi, convencionalmente, dividida em três ciclos:
  1. O ciclo bretão ou arturiano: tinha como figuras centrais o Rei Artur e seus cavaleiros da távola redonda.
  2. O ciclo carolíngio: histórias giravam em torno de Carlos Magno e dos doze pares de França.
  3. O ciclo clássico: as novelas abordavam temas Greco-latinos.
Quanto à literatura portuguesa, porém, esta organização não tem fundamento, pois só o ciclo arturiano teve maior representatividade em Portugal. Não se conhece, na língua portuguesa, nenhuma novela que aborde os temas dos ciclos carolíngio e clássico.
No século XVI este gênero literário ainda continuaria a ser cultivado, mas com adaptações à nova visão de mundo, trazida através do Humanismo. Foram escritas novelas em português como “A Crônica do Imperados Clarimundo”, escrita por João de Barros, “O Palmerim de Inglaterra”, escrito por Francisco Morais; “O Memorial das Proezas da Segunda Távola Redonda”, escrito por Jorge Ferreira de Vasconcelos, dentre outras que vinham retratar a expansão portuguesa. O gênero foi cada vez mais “nacionalizado”, tanto linguisticamente quanto em relação às temáticas abordadas.

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